PERIODIZAÇÃO DUPLA - PROVA DE 10 km - PROFESSOR SIDNEY SANTOS

"Se você quer correr, corra uma milha. Se você quer experimentar outra vida, corra uma maratona.” Emil Zatopeck


Foto A Tribuna

Seminário apresentado em 2009 à UNIMES -  FEFIS

FRANCISCO MARTINEZ PEREZ NETO
GUILHERME NUNES LETTIERI
KALED BARROS
MAURO SÉRGIO MOTTA
PAULO HENRIQUE DE JESUS DA SILVA
CARLA BAPTISTA DE OLIVEIRA
SIDNEY MENDES SANTOS

INTRODUÇÃO

O termo periodização origina-se da palavra período, que é uma porção ou divisão do tempo em breves seguimentos, mais fáceis de controlar, chamados de fases. A palavra periodização surgiu oficialmente no cenário esportivo, graças aos estudos de Matveyev na década de 60.
O treinamento terá melhor aproveitamento e com rendimento mais favorável ao organismo quando elaborado de forma organizada e com aplicação de modelos periodizados. Deve ser planejado e estruturado racionalmente nas respectivas fases, para que dentro do período de tempo disponível do macrociclo, o objetivo seja alcançado. O treinamento periodizado visa a organizar didaticamente o tempo disponível para se atingir a meta estabelecida. A qualidade física ou a forma física do atleta terá que ser controlada e organizada, sendo o treino dividido em fases ou períodos, acompanhados permanentemente de exames e testes.
As fases de treinamento possuem objetivos firmados previamente em função do estado que se encontra o atleta. É primordial que cada fase da periodização seja estruturada para que se torne a base para a fase seguinte


1. PERIODIZAÇÃO
Segundo Fernandes (1981), o treinamento periodizado é uma divisão do ano em períodos, cada qual com uma finalidade bem definida.
O presente estudo retrata o pedestrianismo em corrida de rua – 10 km para um atleta visando performance, tendo como justificativa os princípios biológicos do treinamento, importância na formação e atuação do Profissional de Educação Física na função de Professor e Técnico e a análise e reflexão do tema em tela em função dos objetivos a serem alcançados.
Será utilizada a Periodização Clássica com proposição de volume alto e intensidade baixa no princípio, com aumento da intensidade e diminuição do volume progressivamente até a competição. O presente treinamento será no formato de periodização dupla, construído visando atingir dois picos anuais máximos. Steven Fleck e Roberto Simão (2007) recomendam o treinamento periodizado, por ser reconhecido pela comunidade científica como um treinamento benéfico.

1.1 Exames e Testes
É de suma importância a realização de testes e exames para se detectar as condições físicas do atleta, existência de infecções, possíveis problemas ou distúrbios. São essenciais para que se possa iniciar um treino com segurança.
EXAMES E TESTES


1.2 TREINOS
1.2.1 Intervalado
Utilizado para reciclagem do substrato utilizado durante a corrida -“glicogênio”.
1.2.2 Fartlek
Intervalado realizado em ambientes diferentes com alteração de ritmos mais livres.
1.2.3 Tiros
Trabalha velocidade com intenção de manutenção da velocidade no decorrer dos tiros.
1.2.4 Força de resistência
Prepara os músculos para o esforço realizado nos treinos e provas.
1.2.5 Força máxima
Utilizada para desenvolver a velocidade. Execução de 3 séries de 2 a 6 repetições por exercício, não sendo utilizadas percentagens maiores que 90% já que junto com a força vem a hipertrofia e o atleta necessita ser veloz, porém leve.
1.2.6 Força específica
Executada no aparelho elíptico que imita o movimento da corrida em microciclos condicionantes usando escala de intensidade 4/6 do aparelho e em choque 7 ou 8 numa margem que vai de 1 a 8.
1.2.7 Recuperação ativa
Corrida com hidratação para aumento da velocidade do metabolismo com uma recuperação, talvez mais rápida do que a em descanso.


1.2.8 Competições de controle
Especial atenção, pois o atleta não pode ficar muito tempo sem competir, sendo essencial a competição para se aferir o rendimento nas provas.
1.3 PERÍODOS
1.3.1 Básico - 40% (dias de treinamento)
Tem como finalidade deixar o corredor cada vez mais preparado para a intensidade do treinamento, que irá aumentando progressivamente, atingindo seu máximo na fase seguinte.

1.3.2 Específico - 30% (dias de treinamento)
Volume total tende cair um pouco, já que o foco irá para os treinos de ritmo adequado para a prova escolhida.

1.3.3 Competitivo: 30% (dias de treinamento)
Deixar o atleta se sentindo cada vez mais descansado, física e mentalmente. Ênfase aos alongamentos e períodos de descansos. Quando necessário, pode ser efetuado outro treino de ritmo na velocidade da prova.

                                          Gráfico1 Valências retiradas das planilhas de treinamento –


                              Gráfico2 - Valências retiradas das planilhas de treinamento –

                                          Gráfico 3 Valências retiradas das planilhas de treinamento 

                                          Gráfico 4 - Valências retiradas das planilhas de treinamento
Para o atual trabalho foram elaboradas 50 (cinqüenta) planilhas retratando os microciclos e mesociclos que integram a periodização, que seguem descritos no Anexo I para uma melhor visualização e entendimento.


2. IMPORTÂNCIA DAS CORRIDAS DE RUA

As provas de rua surgiram na Inglaterra no século XVIII tornando-se bastante popular, expandindo-se posteriormente para o resto da Europa e Estados Unidos. No final do século XIX as corridas de rua ganharam impulso com grande sucesso da primeira Maratona Olímpica, popularizando-se principalmente nos Estados Unidos. Nos meados de 1970, aconteceu o jogging boom baseado em estudos do médico norte-americano Kenneth Cooper que difundiu seu famoso Teste de Cooper e a partir de então, a prática da modalidade cresceu sobre maneira. Ainda na década de 70 surgiram provas onde eram permitidas as participações de populares junto com os corredores de elite; cada grupo largando dos respectivos pelotões. A Federação Internacional das Associações de Atletismo (IAAF) define como corridas de rua as provas de pedestrianismoesportiva. Na última década, houve um aumento significativo do número de praticantes, na maioria dos países e no Brasil. As 100 maiores corridas de rua realizadas nos Estados Unidos no ano de 1996 tiveram o número significativo de 1.022.813 atletas participantes. No Brasil foi registrado um incremento do número de participantes e podemos destacar os mais de 30 mil corredores que no ano 2001 integraram as etapas do Circuito de Corridas Corpore Pão de Açúcar disputado em São Paulo. Somente a Corrida de São Silvestre na edição de 2001 teve 17.000 inscritos, limite máximo definido pela organização visando maior segurança. Para o presente trabalho destacamos os 10 km A Tribuna FM, que conta com a participação de 15000 inscritos, sendo que 1000 atletas compõem as elites A e B. A referida prova tem um acentuado apelo popular com espectadores em toda sua extensão, com largada no centro da cidade de Santos e chegada na praia do Gonzaga. O evento é dotado de boa infra-estrutura, sendo considerada a quinta prova em importância no País, com grande cobertura dos meios de comunicação e também contando com a participação de atletas estrangeiros e corredores brasileiros de renome, tanto no masculino como no feminino.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

É importante para o êxito do treinamento a confiança no trabalho realizado e mentalização da prova, não permitindo que fatores externos desviem o corredor do seu objetivo principal. Muitos autores atribuem à ex-União Soviética e à ex-Alemanha Oriental, ex-países integrantes do bloco comunista, o sucesso no desenvolvimento dos conceitos de treinamento periodizado. Nesta parte do Leste Europeu, cientistas e técnicos de diferentes esportes dedicaram seus trabalhos para desenvolver o treinamento no formato de periodização, com intuito de garantir o sucesso de seus atletas em competições internacionais, como os Jogos Olímpicos. Alguns aspectos desse treinamento foram incorporados por atletas de elite em outros países a partir da década de 1960, salientando o atletismo, natação e o halterofilismo.
Devemos considerar no desenvolvimento do treinamento periodizado a importância de diferentes combinações entre as variáveis metodológicas do programa, principalmente parar permitir a especificidade do trabalho para as diferentes características de aptidão física com a finalidade de atingirmos os objetivos propostos,


BIBLIOGRAFIA E REFERÊNCIAS DA INTERNET


CORRIDAS DE RUA. Disponível em http:/ www.webrun.com.br/. Acessado em 08 de junho de 2009.

FERNANDES, J. O Treinamento desportivo: procedimentos – organização – métodos. São Paulo: EPU, 1981.

PERIODIZAÇÃO DE ATLETAS. Disponível em http://www.docstoc.com. Acessado em 10 de junho de 2009.

STEVEN, F.; SIMÃO, R. Força – Princípios Metodológicos para o Treinamento. Disponível em http://www.phorte.com. Acessado 02 de junho de 2009.


EXEMPLOS DE PLANILHAS DENTRE AS 50 DO TREINAMENTO
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Professor Sidney Santos - Graduação em Licenciatura e Bacharelado em Treinamento Desportivo - Universidade Metropolitana de Santos - Faculdade de Educação Física de Santos - UNIMES / FEFIS

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